Pra falar de Manoel eu ajoelho
e penso prece
Sapos coaxam flores
Jacarés ousam pássaros e voam desengonçados
Cigarras aguardam tranquilas a manhã acordar
A manhã acorda repleta de silêncio
Do silêncio que sobrou da noite
A noite dormiu e não viu a manhã acordar.
As cigarras aproveitam a luz para se exibir
A lagoa encheu e perdeu as margens;
as margens desaprenderam limites
As margens estão cobertas de rãs até a cintura
A natureza toda insiste em se assanhar
Aonde anda Manoel?