PRESSÁGIO

O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar pra ela,

Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Ah, mas se ela adivinhasse,

se pudesse ouvir o olhar,

e se um olhar lhe bastasse

Pra saber que a

estão a amar!

F Pessoa

 

Pobre Amor

Ah! quanto eu

Sofreria se alegrasses

Com teus beijos de amor,

meus lábios tristes,

Com teus beijos de amor

As minhas faces!

Persiste na moral

em que persistes.

Ah! quanto eu

Sofreria se pecasses,

Mas quanto sofro mais

Porque resistes.

Aluízio de Azevedo (romancista brasileiro, contista, cronista, jornalista/1857)

Deixe um comentário