A palavra ópera, em italiano, significa obra musical, trabalho. Ópera é um gênero de música na forma de peça teatral em que a ação é cantada e acompanhada por instrumentos musicais. As apresentações são realizadas em teatro acompanhadas por orquestra. A ópera faz parte da tradição da música clássica europeia e ocidental. Surgiu no começo do século XVII na Itália, e suas origens remontam às tragédias gregas e aos cantos carnavalescos italianos do século XIV.

Uma ópera tem uma programação específica:   – uma abertura – é tocada uma música pela orquestra;   um recitativo- os atores dialogam entre si (cantando); os atores secundários participam em forma de coro; os atores principais cantam suas árias.

As óperas mais encenadas são: Carmem de Bizet; Aída de Verdi; Flauta Mágica de Mozart; O Barbeiro de Sevilha de Rossini e, no Brasil, O Guarani de Carlos Gomes.

Pensava nisso distraidamente, quando fui surpreendida por um fenômeno: a Escola de Samba  Acadêmicos do Salgueiro, com toda sua exuberância, entrando na avenida Marquês de Sapucaí. Linda, toda em vermelho, fulgurante, todos os elementos cantando e dançando seu samba na cadência da bateria. Como não enxergá-la como uma Ópera Popular? Todos nós sabemos que os sambistas das escolas são de valor inquestionável e de lá saíram os grandes mestres do samba. A beleza da bateria, os repiques, o tempo que eles levam ensaiando para fazer bonito na avenida, tudo revela a expressão da criatividade da nossa gente. Com um enredo só, do começo ao fim, na Festa para um Rei Negro, a ópera vai desfilando sua alegria e talento, através de suas alas, lembrando as nossas origens.

A escola também tem, como a ópera, sua programação básica padrão – comissão de frente, o carro abre-alas com suas alegorias a mostrar a visita do Príncipe africano a Pernambuco, todas as alas dialogando entre si na mesma temática, os carros alegóricos para concretizar o samba-enredo dos melhores, e o carro final fechando o desfile.

Vi que a escola ganhou o Estandarte de Ouro como melhor, por parte do Jornal O Globo. Mas não é isso que importa.

Continuo pensando que o desfile das escolas envolve tanta coisa, por parte de seus dirigentes, tanto trabalho e planejamento até pessoas que morrem de enfarte, quando o melhor de tudo está nesse festival de beleza e no ato de criar que pessoas simples nos mostram todos os anos.

Vamos pensar juntos: A escolha do enredo (a temática) pela comissão com o carnavalesco;  o samba- enredo que deverá absorver toda a temática, feito pelos craques da escola e eleito por seleção; a organização das alas e as fantasias de acordo com o enredo e os carros alegóricos fechando as alas. Tudo organizado pelo carnavalesco da escola e os ensaios para que tudo saia certo na avenida.

Não é o desenrolar de uma grande Ópera Popular?