Ney deixou os bancos da nossa escola pública para brilhar nos palcos. De iluminador pulou para os “Secos e Molhados” com mais de 1 milhão de cópias vendidas. Foi tudo muito rápido; que pena; eu adorei! Mas Ney tem luz própria, e com sua voz aguda e roupas extravagantes, que lhe caem muito bem, chegou onde queria – escolhe seu repertório e aposta nas releituras. Deixa a tecnologia de lado, capricha nas capas e produz seu próprio álbum com luxo, atrativo visual e originalidade.
Giron, jornalista fala do seu projeto Beijo Bandido com 14 canções marcadas pelo romantismo. A canção que se destaca é Fascinação de rara beleza e cantada com todo sentimento, mesmo depois da interpretação de Elis Regina; outra que abre o trabalho é o Tango para Tereza (Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Ney canta como se a música pertencesse ao repertório de Astor Piazzolla. Mais Boleros, Valsas e Tangos. Carrega no bolero “DE Cigarro em Cigarro” (Luís Bonfá); A Cor do Desejo (Jr Almeida e Ricardo Guima) e uma canção fascinante, parecida moda latina, com melodia que lembra a milonga.
E Ney empresta às canções uma sonoridade, uma personalidade nas interpretações, que as deixa novas, uma coisa divina, brilhante, um encantamento.