Leia, pense, reflita em cima do texto

Crônica “O Pessoal” de Rubem Braga

Chega o velho carteiro e me deixa uma carta.
Quando se vai afastando eu o chamo: a carta não é para mim. Aqui não mora ninguém com este nome, explico-lhe. Ele guarda o envelope e coça a cabeça um instante pensativo:
– O Senhor pode me dizer uma coisa? Por que é que agora há tanta carta com endereço errado? Antigamente isso acontecia uma vez ou outra. Agora, não sei o que houve…
E abana a cabeça, com um gesto de censura para a humanidade que não se encontra mais, que envia mensagens inúteis para endereços errados.
Sugiro-lhe que a cidade cresce muito depressa, que há edifícios onde havia casinhas, as pessoas se mudam mais que antigamente. Ele passa o lenço pela testa suada:
– É verdade… Mas reparando bem o senhor vê que o pessoal anda muito desorientado…
E se foi com seu maço de carta, abanando a cabeça. Fiquei na janela, olhando a rua à toa, numa tristeza indefinível. Um amigo me telefona, pergunta como vão as coisas. E não consigo resistir:
– Vão bem, mas o pessoal anda muito desorientado.
(O que, aliás, é verdade)

Obs: O Professor fica à vontade para ousar nas atividades.
Sugestões:
O texto está em discurso direto, pedir para transcrever o texto em discurso indireto.
O que significa o quarto parágrafo da Crônica
Escrever uma carta para o autor contando como estão as coisas hoje.

Crônica : Gênero Textual mais voltado aos assuntos do cotidiano

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