Mais Poesia…

É do nosso Manoel de Barros


Mundo Pequeno
Bernardo é quase árvore
Silêncio nele é tão alto que os passarinhos ouvem
de longe
E vêm pousar em seu ombro.
Seu olho renova as tardes
Guarda num velho baú seus sentimentos de trabalho:
1 abridor de amanhecer
1 prego que farfalha
1 encolhedor de risos – e
1 esticador de horizontes.
(Bernardo consegue esticar o horizonte usando três fios de teias de aranha. A coisa fica bem esticada.)
Bernardo desregula a natureza.:
Seu olho aumenta o poente.
Pode um homem enriquecer a natureza com a sua incompletude ?

Lembrando Massaud Moisés, a poesia de Manoel de Barros “é despida de roupagem gramatical e lógica”. A estrutura sintática permanece como assessória, latente, a palavra perde a sua denotação de dicionário, deixa as aderências de um emprego convencional e sensato para assumir uma linguagem essencialmente conotativa.

É Machado … é Machado...

Já disse que a versão em Inglês do romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas” fez um sucesso muito grande nos Estados Unidos, pois bem, ela já está na 5ª Tiragem.




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