“Adonirando”

Palmilhando as ruas de São Paulo, encontramos o samba paulistano de Adoniran Barbosa, entre valores e misérias dessa sociedade. Adoniran, nascido João Rubinato, filho de imigrantes italianos teve uma infância muito pobre, que traduziu na tristeza de sua música. Passou fome e disse, em entrevista, que comeu bolinhos da marmita que entregava, mas não era por malandragem não, era por fome mesmo.
Os seus sambas revelam a verdade da vida – tudo o que passou realmente, bem ou mal vivido. Uma coisa que as pessoas não costumam lembrar é o caráter social da obra musical de Adoniran.
As velhas malocas derrubadas para dar lugar aos prédios erguidos em São Paulo e tudo que chegou em nome do progresso, afugentando os andarilhos e levantando uma nova cidade. Adoniran, Mato Grosso e o Joca falam em nome de todos eles. E o Trem das 11? Continua fazendo a linha até Jaçanã, levando esperanças e pesadelos.
O poeta com seu linguajar caipira representa seus ex–amigos (onde andarão? ele pergunta). Fez um samba muito lindo onde diz que construiu uma casa (registrada na Prefeitura, ninguém pode derrubar) para os vagabundos que não têm onde dormir.

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