Leia e reflita…

Varou a tarde
a frase antiga:
Ave Maria
como uma ave
cheia de graça
e pela tarde
revoou, revoou.

Era uma frase
límpida no ar :
Ave Maria
como uma ave
como uma graça
cheia de tarde
em que esvoaçou
a frase antiga,
como uma ave
revoou, revoou
tão leve e pura
tão cândida ave
límpida no ar
que pela tarde
revoou, revoou.


Ler poemas e tentar interpretá-los, procurar saber o que existe atrás das frases que os poetas (arquitetos das palavras) escrevem, é um exercício dos mais importantes. Por exemplo:
Você percebeu como o signo “ave” aparece neste poema de Jorge de Lima com duas acepções diferentes?
Seria capaz de nomeá-las?
O poema é todo construído, apoiado num recurso estilístico chamado símile (comparação), o que dá um efeito poético para o texto. Não é interessante?
E os verbos revoar e esvoaçar têm o mesmo sentido?

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