É coisa nossa

Camalotes impenitentes,
Vão rolando de descida
Vão como as almas descrentes
na correnteza da vida…

Verdes, ao léu, silenciosos,
Ei-los a esmo passando,
Lembram barcos vagarosos
Sentidas mágoas levando.

Insisto num desconforto:
– Que destino levais?
_Remoto. Ao nosso porto
não se volta nunca mais…
Pedro de Medeiros

Largo, sereno, enfeitado de pássaros e de flores, o Paraguai rolava majestoso e plácido, belo como igual outro não vi. Carregava exuberantes vitórias-régias brancas pela manhã, róseas ao sol-posto e lentos camalotes, que exerciam sobre mim estranho fascínio. Cor verde-musgo, flor violácea e perfume suave, raízes longas, entrelaçadas e compactas. Vagavam docemente no dorso da corrente, parando nos remansos, sem pressa com pena de deixar ribeiras amigas, temerosos da foz e do mar que os iriam despedaçar.
Ulysses Serra

Quanto ao nome do rio
que banha a cidade, isto
é, Paraguai, trabalho
publicado em Assunção
(1911) lhe dá diversas
hipóteses. Merece destaque especial, todavia,
a que afirma ter existido
entre os índios Paiaguás,
um poderoso cacique de
nome Paraguá. Era ele,
por assim dizer, o rei do
rio. Logo Paragua-y- o
rio de Paraguá.( IN: Corumbá-Histórica e Turística-1778-1978)

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