Eduardo Galeano
Nas longas noites de insônia e nos dias de desânimo, aparece uma mosca que fica zumbindo dentro da cabeça da gente. “Vale a pena escrever? Será que as palavras sobreviverão em meio aos adeuses e aos crimes? Tem sentido este ofício que a gente escolheu? ou pelo qual a gente foi escolhido?“
As pessoas escrevem a partir de uma necessidade de comunicação e de comunhão com os outros, para denunciar aquilo que machuca e compartilhar o que traz alegria. AS pessoas escrevem contra a sua própria solidão e a solidão dos demais… {…}
Em realidade, a gente escreve para as pessoas em cuja sorte ou má sorte se sente identificado: os que comem mal, os que dormem pouco, os rebeldes e humilhados desta terra que, em geral, nem sabem ler. Dentre a minoria alfabetizada, quantos dispõem de dinheiro para comprar livros? {…} Eu gostaria de , como escritor , ajudar muitas pessoas a tomar consciência do que são. O ato de criação é um ato de solidariedade.{…}
A palavra é uma arma que pode ser bem ou mal usada: a culpa do crime nunca é da faca.
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“O Auto da Compadecida”
MIni-série , em quatro capítulos, aos sábados, no VIVA, baseada na obra de Ariano Suassuna às 17e30.
Já falamos sobre a beleza da “Literatura Nordestina”
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De Guimarães Rosa:
Não sei nada, mas desconfio de muitas coisas.